Quem Pode Fazer um Transplante Capilar?
- Dra. Vera Matos
- 30 de mai.
- 3 min de leitura

O transplante capilar é uma técnica segura e eficaz para recuperar zonas de calvície com folículos permanentes. No entanto, nem todos os casos são indicados para este procedimento — e essa avaliação deve ser feita com critério clínico.
Neste artigo, explicamos de forma objetiva quem pode ou não realizar um transplante capilar, quais os critérios de elegibilidade e em que situações é necessário adiar ou repensar o plano de tratamento.
O que é necessário para ser elegível a um transplante capilar?
Existem três condições principais para que um transplante capilar seja viável:
1. Zona doadora viável
É necessário que exista uma área doadora (geralmente na nuca e zonas laterais do couro cabeludo) com densidade capilar suficiente para fornecer folículos saudáveis. Quanto maior a área a ser tratada, mais exigente será para a zona doadora.
2. Alopecia estabilizada
O ideal é que a queda de cabelo esteja relativamente estabilizada. Fazer um transplante durante uma fase de queda ativa pode comprometer a durabilidade do resultado e exigir novas sessões precoces. Por isso idealmente deve estabilizar a alopecia com medicação prescrita pelo médico tricologista.
3. Estado geral de saúde favorável
O transplante é um procedimento médico e, como tal, exige estabilidade clínica, ausência de infeções ativas, boa vascularização e ausência de doenças autoimunes ou inflamatórias ativas no couro cabeludo.
Indicações mais comuns
Alopecia androgenética masculina e feminina, com padrão definido
Entradas marcadas ou coroa rarefeita, mesmo em fases iniciais
Correção de falhas cicatriciais, causadas por trauma ou cirurgia
Revisão de transplantes anteriores com resultado insatisfatório
Reconstrução da linha capilar frontal com fins estéticos
Casos que exigem avaliação mais cuidadosa
Alopecia feminina difusa, com zona doadora comprometida
Pessoas muito jovens (<25 anos), com padrão de queda ainda instável
Alopecias cicatriciais ou inflamatórias ativas
Pessoas com expectativas desproporcionais em relação à densidade
Nestes casos, o transplante não é necessariamente contra-indicado, mas requer planeamento mais conservador ou acompanhamento prévio com tratamentos médicos.
Quando o transplante capilar não é indicado?
Alopecia areata em fase ativa
Calvície total sem zona dadora
Doenças sistémicas ou infeções no couro cabeludo não tratadas
Pacientes que recusam qualquer tipo de manutenção futura
Nestas situações, o risco de insucesso é elevado e o procedimento pode ser desaconselhado.
A idade influencia na eficácia do transplante capilar?
A idade, por si só, não é um critério absoluto. O que importa é a estabilidade da alopecia, a qualidade da zona doadora e a saúde geral do paciente.
Em pacientes muito jovens (18 a 24 anos), a calvície pode evoluir de forma imprevisível, tornando o transplante prematuro ou incompleto. Nesses casos, a medicação e os tratamentos médicos devem ser prioritários antes de qualquer intervenção cirúrgica.
FAQ
1. Mulheres podem fazer transplante capilar? Sim, desde que haja zona doadora adequada. A avaliação é mais detalhada, porque a alopecia feminina tende a ser difusa e menos localizada.
2. Posso fazer transplante capilar mesmo com cabelo a cair? Depende da intensidade e da causa da queda. Se for uma fase aguda ou progressiva, é recomendável estabilizar a situação antes.
3. O transplante capilar funciona em todos os tipos de alopecia? Não. Alopecias autoimunes ou cicatriciais ativas não são candidatas sem controle clínico prévio.
4. Qual o risco de perder o cabelo transplantado? Se o procedimento for bem executado e a zona doadora for estável, o risco é baixo. No entanto, doenças, stress e má manutenção podem comprometer os resultados.
5. Há um limite de vezes que se pode fazer transplante capilar? Sim, depende da disponibilidade da zona doadora. Uma vez esgotada, não é possível realizar novas sessões sem comprometer a aparência natural.
Conclusão
Nem todas as pessoas são candidatas imediatas a um transplante capilar — e a decisão deve ser tomada com base em critérios clínicos, técnicos e estéticos.
A consulta de tricologia é o momento em que essas variáveis são avaliadas com rigor, permitindo um plano de ação seguro, viável e personalizado para cada caso.poucos dias, com plena integração da zona tratada em 2 a 3 semanas.
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